segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Tipinhos de homens contemporâneos


Tudo bem, bravas fêmeas, os homens são todos iguais, blábláblá etc.
Alguns, no entanto, são bem mais perigosos que os outros. Em mais um serviço de utilidade pública, este cronista de costumes volta a exibir os tipinhos contemporâneos da mais alta periculosidade.

Muito prazer, Homem-bouquet. Sim, é aquele macho que entende de vinhos finos, abre a garrafa, cheira a rolha, balança na taça, sente o bouquet da bebida dos deuses. O tipinho faz mil cursos, não perde um programa especializado na tevê, entra em sites franceses do gênero, reúne os amigos para encher o saco com o tal bouquet, o sabor e o aroma amadeirado etc.
Mais uma advertência: o mesmo elemento costuma apreciar também o que ele chama de “um bom jazz”, uma “MPB de qualidade”... Corra, Lola, corra de criaturas desse naipe. Esse camarada é frutado!
Homem que entende e gosta mesmo de vinho não sai arrotando conhecimentos por ai, simplesmente aprecia e faz a sua companhia apreciar sem arrogância ou jequice alguma.

Mesmo as heroínas que conseguem escapar do “In vino picaretas” dificilmente escaparão da arapuca do inominável e desqualificado Homem-hortinha. Trata-se do distinto mancebo que, ao receber as moças elegantemente para um jantar, usa o manjericão cultivado na própria hortinha que mantém no quintal ou na área de serviço. Cultivar o próprio manjericão não é exatamente o defeito do rapaz. O problema é que ele passa duas horas a discorrer sobre o cultivo da hortinha, os cuidados, o zelo, samba de um tempero só, degustação ao pé do saco.

Uma amiga, Ty, coitada, conheceu um destes exemplares que cultivava até a própria minhoca usado como “fator adubante” da própria hortinha. Corra, Lola, corra, corra mesmo, corra léguas, eis um tipo irrecuperável.

Com o Homem-Ômega 3 não carecemos cozinhar tanto o juízo, não representa lá, sejamos generosos, grandes dramas para a humanidade. É simplesmente um sujeito doente, com alguma cota de paranóia, que tenta pregar a causa da vida saudável, como se isso fosse pelos menos 10% possível. Preocupado em combater os radicais livres, o elemento enche imoderamente o saco dos que enchem a cara. É o tipo do macho que costuma morrer cedo, mas cheio de saúde, uma beleza, com todas as células empenhadíssimas em retardar o envelhecimento.

Todo politicamente correto, benza-te Deus, o Homem-ONG, ou homus-oenegê, é o que há de mais maçante nesse mundão sem porteira. Adora um abaixo-assinado, uma passeata, põe nariz de palhaço a cada cinco linhas que lê do noticiário e está sempre morto de decepcionado com o governo, qualquer governo, mesmo que a sua entidade não-governamental encha as burras, lave a égua no brejal mais público.
Sim, ele acredita na humanidade, na responsabilidade social, no terceiro setor, na arte como redenção dos pobres... Se você reparar, leitora do meu coração, ele quase levita, de tão puro, de tão bom. Some, Lola, some que é roubada-mor.

4 comentários:

Faby disse...

você para variar só trazendo coisas boas....
adorei o texto!
Bjs
Faby

Passaporte Design disse...

oi! Adoramos a tua visita.A cigarreira continua aqui! Acho que está te esperando...
Bjs

Unknown disse...

bom!muito bom!
fiquei imaginando
caras e caretas hahaha

Auíri Au disse...

Ainda existe exceção...
Beijos